sábado, 25 de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

?

coletivos, grupos sem centralização ou hierarquia que gestam coisas belas, úteis, inúteis, curiosas, assombrosas, blá.

crowd sourcing, comunidade virtual descentralizada de pessoas interessadas no desenvolvimento de programas informáticos, ou no conteúdo de certos sites, wiki.

creative commons, copyleft, ressignificação do direito de propriedade intelectual, afinal o direito é do "criador" individual?, que é fruto da sociedade que o instruiu, educou, contextualizou... ou da comunidade humana, da História, que sempre se alimentou das coisas feitas para fazer novas coisas?

se minha mente se estende para ser mais humana, se se estende por lápis, laptops, fones de ouvido, vitrolas, se minha memória se estende em livros e ipods e hds, se me estendo em cinema, luneta, microscópio, sonar, espectroscópio, microfone, sondas, hubbles, robôs... se sou ciborgue desde a invenção da escrita e portanto minha mente é mais coletiva do que estou disposto a admitir...

e então? como posso brigar pelo meu ou o seu direito de limitar a infinidade com cercas feitas de cê-ene-pê-jotas?

observação tardia: ciborgue desde a invenção da escrita? que nada! pelo menos desde que surgiu o primeiro instrumento, seja lança, pedra de jogar, flauta de osso ou o quê!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

e agora?



Acabo de voltar da exposição "O Brasil na arte popular", no Museu Nacional de Brasília. Peças de arte belíssimas produzidas por mestres da assim chamada cultura popular. 

É bom ver que essas peças, antes relegadas ao plano do "folclore", estão sendo valorizadas, bem como seus autores. Mas me pergunto, nestes tempos em que tanto se discute sobre direito de propriedade intelectual, se dar crédito não seria simplesmente uma forma de impedir o livre uso de referências a esse tipo de arte. Estou pensando como alguém que quer ser remunerado pela arte que faz, mas que também reconhece que é da cópia, da referência livre e da reelaboração que a cultura vive. 

Quando se fala em patrimônio comum é fácil admitir que não há agente ou advogado que vá atrás de você para exigir royalties (já pensou ? Você pinta um personagem em estilo "Pedra Pintada" ou "Altamira" e chega um representante dos direitos dos primitivos cobrando o pagamento por uso de imagem...). E, ainda que de forma preconceituosa, era assim que se encaravam os trabalhos de Mestre Vitalino e outros. Agora que sei quem é Vitalino serei livre para me apropriar criativamente de suas formas, como faço com qualquer forma interessante que tenha a sorte de passar diante de meus olhos? Ou serei obrigado a fazê-lo clandestinamente?


quinta-feira, 16 de junho de 2011

ócio

Então aí está. Gente como Daniel Pink e Domenico de Masi  afirmam que o futuro (o qual já está entre nós) será dos criativos muito mais do que dos laboriosos. À ética do trabalho imposta durante o período industrial  sobrevirá a ética do ócio - palavra maldita para empresários, industriais, padres e militantes da esquerda defasada.

Há tempos que o desafio deixou de ser instruir as pessoas para que ocupem postos de trabalho estáveis e passou a ser aprender a conjugar trabalho, estudo e jogo.

Pode-se esperar um futuro de arte onipresente, mas também de atenção à subjetividade, tempo para apreciar, amar, criar.

Boa notícia para as cigarras...