sexta-feira, 17 de junho de 2011

e agora?



Acabo de voltar da exposição "O Brasil na arte popular", no Museu Nacional de Brasília. Peças de arte belíssimas produzidas por mestres da assim chamada cultura popular. 

É bom ver que essas peças, antes relegadas ao plano do "folclore", estão sendo valorizadas, bem como seus autores. Mas me pergunto, nestes tempos em que tanto se discute sobre direito de propriedade intelectual, se dar crédito não seria simplesmente uma forma de impedir o livre uso de referências a esse tipo de arte. Estou pensando como alguém que quer ser remunerado pela arte que faz, mas que também reconhece que é da cópia, da referência livre e da reelaboração que a cultura vive. 

Quando se fala em patrimônio comum é fácil admitir que não há agente ou advogado que vá atrás de você para exigir royalties (já pensou ? Você pinta um personagem em estilo "Pedra Pintada" ou "Altamira" e chega um representante dos direitos dos primitivos cobrando o pagamento por uso de imagem...). E, ainda que de forma preconceituosa, era assim que se encaravam os trabalhos de Mestre Vitalino e outros. Agora que sei quem é Vitalino serei livre para me apropriar criativamente de suas formas, como faço com qualquer forma interessante que tenha a sorte de passar diante de meus olhos? Ou serei obrigado a fazê-lo clandestinamente?


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