Por trás dessas névoas de normalidade que todos engolimos existe o ambiente das caras verdades, aqueles espaços em que nos soltamos e respiramos de fato. Na neblina do dia-dia-dia se vive à espreita de novidades, em meio ao tédio que abocanha. Ou às escondidas, contraindo o ser. Difícil coisa: acessar o autêntico. Há os que tentam solucionar o impasse seguindo profissões arquetípicas como a de músico, ator, professor, médico, sacerdote. Outros experimentam dar ao que fazem um sentido que vá além do trivial.
Claro, existem aqueles momentos em que tudo o que desejamos é esquecer, e para isto as prateleiras estão apinhadas de opções, um universo de possibilidades lúdicas, dos tabuleiros quadriculados de pixels às substâncias que chovem sobre os neuro-receptores. Acontece que isto não reconfigura a realidade. Têm seu lugar e sua hora, mas supor que esses instantes de escape representem liberdade é tolice... expediente-happy hour... semana-finde... trabalho-férias... neste esquema somos peças mesmo, simples assim. O que pode determinar um passo para fora?
Bem, não é meu propósito responder, mas isso é uma de minhas questões. Talvez seja a sua também.
Este espaço é para mim um experimento de liberdade, com toda a carga de contradição que tais palavras contêm. Mais um blog na blogosfera. Que diferença faz? E que importa? “Desvio”... Caminho tangencial, curva imprevista, atalho. Só amanhã saberei a face desta trilha. Se é que saberei.
Seja bem-vindo(a).
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