Eis que sou.
E, coladas ao eu-ser, as gerações.
Pelos muros que saltei, pelos canais que a nado cruzei, era de se esperar ao menos um gosto de liberdade.
Pois sim...
Os traços de todos os meus inimigos
(os guardiões de fortalezas, os empedernidos alcaguetes, os encadernadores de pessoas)
estão em mim, e não como mera recordação.
Eis que ser tem menos daquela qualidade mística e desarrazoada que eu imaginava e simulava.
Mas se eu mesmo não chego incólume ao pico das autenticidades, como explicar os milagres então?
Já que minha natureza não é capaz de sustentar originalidade nem interesse altruísta ou arte
então de onde brotam essas surpresas que alargam meu mundo de vez em quando?
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