domingo, 20 de março de 2011

reino dos céus

Espaços em que sinta o espaço abraçar-te. Construções que contrariem a expectativa de ângulos retos, conduzindo-te por corredores  amplos, porém curvos,  paredes não necessariamente paralelas. Entrar no edifício pela janela, sair por tirolesas. Vento abundante, luz natural, água corrente, árvores, tudo dentro. Andares que giram, painéis sob a água. A cidade ganhando ares de playground, parque ou obra de arte. Andar descalço na rua, tapetes de velcro que te fixam às paredes. Ir ao trabalho de bike ou a nado. Trabalhar brincando. Menos roupa em dias quentes, liberdade para a nudez. Vestir-se de modo que expresse quem você é. Fazer performances a qualquer hora, em qualquer lugar, dessacralizando os “lugares certos” para a arte: música ao vivo no interior dos bancos (que ainda existiriam no começo, mas seriam demolidos em todos os sentidos); dança individual nas florestas; body painting nos saguões dos tribunais. Hospitais repletos de cor, vento fresco, vida e juventude. Cura pelo toque. Pessoas felizes, extravasando em alegria. O casal que namora nas matas protegido, não repreendido, pelo policial (que também ainda existe, mas seria uma fímbria até o sumiço completo). Nenhuma fiscalização. Nenhum documento de identidade. Nenhum dinheiro (o que você faria se o tivesse faça-o sem ele...). O desmantelamento do sistema educacional, para que o conhecimento impere, ao invés dos papéis. O fim das empresas. A aurora da cooperação.  A reinterpretação da História. A livre expressão das belezas. Beleza, beleza em todo canto...



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